VERDADE? DE QUEM?

Quando ouvimos dois indivíduos falarem sobre certos temas, vemos que podem até usar as mesmas palavras, e expressarem os mesmo sentimentos, toda, a semelhança entre eles é apenas aparente.

Quando “vamos mais fundo”, querendo entender o que cada um deles quis dizer, com as palavras que usaram, verificamos que, ainda que tenham falado as “mesmas coisas”, não sentiram as “mesmas coisas”.
Por exemplo, ao verem uma obra de arte, cada um perceberá aquela obra com “olhos diferentes”, portanto, estarão avaliando de modo bastante distinto o objeto que ambos denominaram de “lindo”. O “lindo”, para um, não é o mesmo “lindo” para o outro.
Esta “real”diferença, que existe entre todas as pessoas, mesmo entre aquelas onde ela se mostra de forma “sutil”, representa apenas uma parte pequena, mas altamente significativa da questão que estamos discutindo.
Sendo assim, a igualdade entre pessoas é impossível, a semelhança é raríssima, a diferença é a presença constante entre dois seres humanos. Em outras palavras, essa diferente maneira de cada pessoa ver a sua realidade faz com que não exista somente uma verdade, única e insofismável, cada um de nós tem a sua própria verdade, a sua maneira única de perceber o mundo ao seu redor, Essa constatação deveria ser suficiente para sabermos que não somos donos da verdade, mas que esquecemos isso, passamos a acreditar que a única verdade é a nossa e que as dos demais são “opiniões equivocadas” ou inverdade. Dizendo de outra forma, “eu sei o que é certo, você, “não, ou “ eu estou certo e você esta errado”
Essa rigidez de percepção não permite a pessoa entender que a sua realidade é VERDADEIRA para si e que a realidade do outro é igualmente VERDADEIRA para ele ( ela). Quando há rigidez, o fato do seu parceiro ter um modo de pensar diferente do seu deixa de ser somente um sinal concreto das DIFERENÇAS que existem entre duas pessoas e passa a significar que o outro está CONTRA ele. Seria, então, a diferença entre as pessoas a causa principal das dificuldades conjugais? Na realidade, não é bem a diferença que causa o problema no casamento, mas, certamente, tudo ficara mais complicado na relação quando os cônjuges não aceitarem este fato e não compreenderem como lidar com ele.
Muitas pessoas confundem ACEITAÇÃO da diferença com CONFORMISMO ou ACOMODAÇÃO. É importante que se desfaça logo esse equivoco. Aceitar a diferença não é conformar com ela ou a ela se acomodar, mas uma compreensão profunda de um dado da realidade que se impões a todos nós cada pessoa é única.
Esse dado que é tão obvio, e a que já me referi linhas atrás, nem sempre se mostra assim nos relacionamentos humanos. Muitas razoes existem para isso acontecer, mas focalizarei somente dois agora.
O primeiro é o medo que a pessoa tem de “perder sua identidade”. O segundo é o medo de ela perder o “domínio sobre o outro”.
 Portanto , aceitar a diferença de opiniões, sobre um mesmo fato, nem sempre é tarefa fácil, pois, ao se admitir que o outro esteja certo, teremos que admitir que estamos errados, Admitindo isso, teremos que fazer uma revisão de nossos valores e de referenciais, que regulam nosso equilíbrio psicológico.
Mas será que as diferenças entre as pessoas são sempre sentidas como negativas pelo outro? Atrapalham a convivência? Sempre?
Não. Elas, em certos momentos, até promovem uma aproximação, E o que geralmente acontece quando se inicia uma nova relação.
Quando os relacionamentos começam, essas diferenças podem se o que “encanta” os parceiros, A novidade, a paixão, a curiosidade, o desconhecido, a surpresa, tudo isso provoca uma emoção e uma vibração que colorem o relacionamento com tons agradáveis, mas, aos poucos, isso vai mudando, quase sempre a partir do reconhecimento e da constatação das diferenças que provocam desencontros de idéias em temas do dia a dia, considerados fundamentas dentro da perspectiva de um dos cônjuges. Isso, dito assim, pode parecer simples demais.
Mas quero lembrar que esse fato é apenas um “detonador” de uma bomba, construída há muito tempo atrás, dentro de cada um deles, e direitamente ligado as suas histórias pessoais.

Fiquem na paz!
sua irmã,
Maria Daisy

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