Espírito Santo Dom de Deus

Dizia o Evangelho de João, na leitura que vimos em nossa partilha anterior (Jo 7, 37-9), que o “Espírito ainda não tinha sido dado porque Jesus não tinha ainda sido glorificado.” Depois da catequese sobre o Espírito Santo -também já vista por nós (cap. 14, 15 e 16 de São João) -, Jesus se dirige ao Pai em oração e pede que seja removida essa barreira: “Pai, é chegada a hora: glorifica o teu Filho, para que o teu Filho possa glorificar-te...” (Jo 17, 1). E nós sabemos em que consiste a glorificação de Jesus, descrita nos capítulos seguintes (18 e 19): prisão, julgamento, paixão, morte e ressurreição!

Após esses fatos (cap.20), naquele que é considerado o “Pentecostes apostólico”, já vemos os efeitos da glorificação de Jesus: embora as portas estivessem fechadas, Jesus aparece no meio deles, mostra-lhes suas chagas gloriosas, deseja-lhes a paz, sopra sobre eles (retomando uma imagem do Espírito muito conhecida deles,o ruah) e diz: “Recebam o Espírito Santo! ( Jo 20, 19-21).

Na outra descrição de Pentecostes registrada por Lucas (Atos 1 e 2), temos outras evidências do novo modo de o Espírito Santo estar presente. Jesus, já ressuscitado e prestes a ascender aos céus (glorificado, portanto), instrui os apóstolos a aguardarem em Jerusalém, pois agora iria se cumprir-se a promessa do Pai. “Vocês vão receber o poder do Espírito Santo, que virá até vós” (cf. At 1,8), dizia. 

Na sequência, acontece o prometido.

Agora o Espírito se doa a todos, vem para estar em nós (“Acaso não sabeis que sois templo do Espírito?”, cf. 1Cor 3, 16), vem para estar “eternamente conosco” (cf. Jo 14, 16), como Pessoa divina ( e não como uma coisa!), de modo não apenas natural mas, pela graça dos sacramentos, de um modo que supera admiravelmente a nossa natureza humana (cf. 1Cor 2, 4-5.10-14).

“O Espírito Santo está em ação com o Pai e o Filho do inicio até a consumação do Projeto da nossa Salvação. Mas é nos ‘últimos tempos’, inaugurados pela Encarnação redentora do Filho, que Ele é revelado e dado, reconhecido e acolhido como Pessoa.” (n.686).

Buscar, pois, ter para com a Pessoa Divina do Espírito Santo um relacionamento pessoal íntimo, é corresponder ao dom (ao presente) que Deus faz de Si mesmo, a nós, em Pentecostes. Há como recusar isso?!

Fiquem na paz!
sua irmã,
Maria Daisy

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