OS PECADOS DOS NOSSOS PENSAMENTOS ( parte1)
Quero neste artigo partilhar um pouco mais o que tenho aprendido e experimentado a respeito dos nossos pensamentos! Terei que dividi – lo em algumas partes, 3 especificamente, por se tratar de um assunto delicado e que exige antes de tudo alguns pontos a serem um pouco mais detalhados.
É preciso
que estejamos atentos à maneira como o demônio se aproxima de nós, e qual o
meio que ele tem se utilizado para nos tentar e fazer – nos cair em pecado.
Nos dias de hoje e pelo contato que tenho tido com
as pessoas que vem em busca de ajuda, tenho percebido que de maneira especial o
demônio tem se utilizado para fazer-nos cair a nossa própria carne, e atacando
de maneira direta a nossa pureza!
O meio que ele tem encontrado para atacar a nossa
carne e a nossa pureza são: Os nossos pensamentos, os nossos olhos e o nosso
coração!
Como é grande por vezes a luta em que travamos
contra nossa carne por causa dos nossos pensamentos! Por vezes não é nem mesmo
nossa intenção pensar em algo que vem a nossa mente, mas ele surge, às vezes
com tamanha força e intensidade que não conseguimos lutar contra eles e nos
deixamos arrastar para aquilo que estes pensamentos nos sugerem!
O dom da Castidade que como nos ensina o Catecismo
no número 2337 é: “A castidade significa a integração correta da
sexualidade na pessoa e, com isso, a unidade interior do homem em seu ser
corporal e espiritual.” É este o dom que nos ajudará a combater as
tentações contra nossa pureza através dos maus pensamentos! A Castidade nos
ajuda na maneira correta de utilizamos os nossos pensamentos, desejos e ações.
São Carlos Borromeu nos ensina que: “É
impossível que te conserves casto, se não vigiares continuamente sobre ti
mesmo, pois a negligência traz consigo mui facilmente a perda da castidade”.
Primeiro ponto importante então que devemos notar é
que não conseguiremos ser castos, sermos puros em nossos pensamentos, se não
estivermos atentos a nós mesmos, aos nossos impulsos, as nossas reações, e
aqui em questão se não estivermos atentos aquilo que temos alimentado em nossos
pensamentos! São Carlos Borromeu ainda diz que a negligência faz com que
percamos a castidade. Negligência nada mais é do que a falta de cuidado ou
de aplicação à uma determinada situação ou tarefa! Um sinônimo que cabe bem à
negligência pode ser DESCUIDO!!
Se então é necessário cuidado aos nossos
pensamentos, é necessário que os VIGIEMOS constantemente. A respeito dos
pensamentos, Santo Afonso Maria de Ligório nos ensina em seu Tratado sobre a
Castidade, que podemos cair em um duplo engano:
a) Almas que temem a Deus e não possuem o dom do
discernimento e são inclinadas aos escrúpulos, pensam que todo mau pensamento
que lhes sobrevêm é já um pecado. Elas estão enganadas, porque os maus
pensamentos em si não são pecados, mas só e unicamente o consentimento neles. A
malícia do pecado mortal consiste toda e só na má vontade, que se entrega ao
pecado com claro conhecimento de sua maldade e plena deliberação de sua parte.
E, por isto, Santo Agostinho ensina que não pode haver pecado onde falta o consentimento
da vontade.
Por mais que sejamos atormentados pelas tentações,
pela rebelião de nossos sentidos, pelas comoções ou sensações desregradas de
nossa natureza corpórea, não existe pecado algum enquanto faltar o
consentimento. Como ensina também São Bernardo, dizendo: “O sentimento
não causa dano algum, contanto que não sobrevenha o consentimento”.
Para consolar tais almas timoratas e escrupulosas,
quero oferecer-lhes aqui uma regra prática, aceita por quase todos os teólogos:
Quando uma alma que teme a Deus e detesta o pecado, duvida se consentiu ou não
em um mau pensamento, não está obrigada a confessar-se disso, porque, em tal
caso, se tivesse realmente cometido um pecado mortal, não estaria em dúvida a
esse respeito, porque o pecado mortal, para uma alma que teme a Deus, é um
monstro tão horrendo, que não poderá ter entrada em seu coração sem o perceber.
b) Outros, que possuem uma consciência mais
relaxada e são mal instruídos, julgam, pelo contrário, que os maus pensamentos
nunca são pecados, mesmo havendo consentimento neles, contanto que não se
chegue a praticar. Este erro é muito mais pernicioso que o primeiro. O que se
não pode fazer, não se pode também desejar; por isso, o mau pensamento em si
contém toda a malícia do ato. Assim como as más obras nos separam de Deus,
também os maus pensamentos nos afastam d’Ele e nos privam de Sua graça.
“Pensamentos perversos nos separam de Deus” (Sab 1, 3). Como as más obras estão
patentes aos olhos de Deus, também Sua vista alcança todos os nossos maus pensamentos
para condená-los e puni-los, pois “um Deus de ciência é o Senhor, e diante
d’Ele estão patentes todos os pensamentos”
Com isso começamos a entender duas coisas muito
importantes nesta luta que devemos travar sobre os nossos maus pensamentos:
- Não podemos descuidar dos mesmos, ser
negligentes! É preciso atenção aos pensamentos que surgirem em nossa mente, é
preciso cuidado, zelo…
- E, nem todos os nossos pensamentos são pecados, e
nem todos os que são pecados trazem em si o mesmo cunho de malícia, a mesma
gravidade, o mesmo peso!
Fiquem na paz!
Sua irmã,
Maria Daisy
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