QUERO MERGULHAR NAS PROFUNDEZAS ( I )
Como mergulhar nas profundezas do Espírito de Deus? Como abrir-se à graça da oração profunda que nos é dada como “único caminho” para que o novo de Deus aconteça em nossas vidas; a maneira do Senhor “edificar Sua obra de amor em nós”, a maneira de escutarmos e reconhecermos a voz do Amado em nós?
Há, porém, um pequenino e singelo “ensino” de oração inspirado por Deus e muito de acordo com os moldes de Sta. Teresa de Jesus, que estudaremos juntos segundo o que o Senhor nos agraciar:
“Quero mergulhar nas profundezas do Espírito de Deus
e descobrir Suas riquezas no meu coração.
É tão lindo, tão simples!
Brisa leve, tão suave, doce Espírito Santo de Deus!
Tão suave, brisa leve, doce Espírito Santo de Deus!”
e descobrir Suas riquezas no meu coração.
É tão lindo, tão simples!
Brisa leve, tão suave, doce Espírito Santo de Deus!
Tão suave, brisa leve, doce Espírito Santo de Deus!”
Quando se lê simplesmente o texto desta música, fica-se espantado
como é pequeno, despretensioso, curto e simples. Quando se canta, sabe-se como
o Senhor a tem utilizado para mover multidões. As coisas simples têm, de fato,
à luz da vocação que expressam, muito a nos ensinar.
I – Quero
Eu quero! Este é o primeiro passo
para a vida de oração. Não um primeiro passo que se dá uma vez e não se precisa
dar mais. É um passo diário, contínuo, de segundo a segundo. É uma decisão
profunda da vontade: “Sim! Digo sim ao convite de Deus que me chamou primeiro e
que realiza a oração em mim.
Digo sim ao convite de Deus através de minha vocação
fundamentada na oração profunda. Digo sim agora, no “tempo compreendido na
palavra hoje” (Hb). O meu “quero” é resposta de amor a Deus. Eu quero! “Sim,
Pai, não é fácil, mas eu desejo, eu quero, eu vou.”
Na verdade, a profundidade de
nossa vida de oração está intimamente relacionada com este “quero!” contínuo.
Quanto mais a nossa vontade diz “sim” à oração nas suas consolações e
desolações, nos momentos de motivação ou de falta de vontade, mais nossa oração
tende a aprofundar-se.
Sabemos que, como ensina Sta. Teresa, as consolações são dadas por Deus para nos sustentar nos momentos onde estamos fracos e necessitados. Devemos recebê-las com humildade e gratidão pela “ajuda” de Deus. Do mesmo modo, devemos receber as dificuldades e desolações, pois são estes os grandes prêmios, a grande prova de que estamos seguindo o impulso do “quero” dito por Deus e do “quero” respondido por nós.
Sabemos que, como ensina Sta. Teresa, as consolações são dadas por Deus para nos sustentar nos momentos onde estamos fracos e necessitados. Devemos recebê-las com humildade e gratidão pela “ajuda” de Deus. Do mesmo modo, devemos receber as dificuldades e desolações, pois são estes os grandes prêmios, a grande prova de que estamos seguindo o impulso do “quero” dito por Deus e do “quero” respondido por nós.
O “eu quero!” contínuo dado na
vida de oração não pode ser um “quero” romântico, suspirado, fantasioso. Este
tipo de “quero” é ainda muito fraquinho, muito inicial, muito centrado em mim
mesmo, nas fantasias espirituais que desejo alimentar, no falso alimento que
vem de minha imaginação.
O “quero romântico e fantasioso caracteriza-se pela
busca das consolações, pela imaginação que nos garante sermos já santos e bem
caminhados na via da oração. Este quero fantasioso nos mantém na
superficialidade da vida de oração, se é que podemos chamá-la assim, pois é
como um flutuador que nos mantém à superfície do imenso mar do amor de Deus e
nos obriga a ficar à mercê das primeiras e pequeninas ondas que quebram na
beira.
A característica deste tipo de
“quero” é a instabilidade na vida concreta. Instabilidade no humor, na
disposição para servir a Deus, na disposição a servir os irmãos. Outra
característica é um certo individualismo, uma tendência a ver os acontecimentos
e as atitudes dos irmãos segundo o grau de santidade que julgo ter alcançado.
Uma terceira característica são os conflitos interiores que, repentinamente, me
tiram a paz ou, ainda, acontecimentos exteriores (através de fatos ou palavras
de irmãos) que me tiram a paz da alma.
A superficialidade na vida de
oração me deixa, de fato, tão instável quanto uma criança de pouco peso que
flutua nas pequenas ondas na beira da praia. Como tudo é visto com relação a
ela (que, em sua imaturidade, se considera o referencial de todo aquele mar)
tudo a desestabiliza concretamente, muito embora, no “momento” da oração
pessoal as coisas pareçam ir “muito
bem”. Afinal, sempre há moções, visões, profecias, palavras de
sabedoria...
A oração baseada no “eu quero!” profundo, passa a ser oração profunda, que nos faz...
Fique na paz!
Sua irmã,
Maria Daisy
(Continua amanhã)
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