QUERO MERGULHAR NAS PROFUNDEZAS (II)
II. Quero mergulhar nas
profundezas do Espírito de Deus
Conhecemos bem o que nos ensina a Igreja sobre a responsabilidade
espiritual, sobre a vida de união com o Amado. A Igreja, baseada em seus
grandes místicos, santos e doutores, nos ensinam que, “O amor ao irmão é uma
maneira concreta de mostrarmos o quanto amamos o nosso Amado, amando aqueles a
quem tanto Ele ama e por quem Ele deu a sua própria vida. Como não dar a vida
por aqueles por quem o Amado a deu?”.
Certamente iluminadas pelo Espírito, o ensino coloca na mesma
ordem dos místicos caminhos do “eu quero” profundo: o arrependimento e o desejo
de fazer a vontade de Deus, a contemplação na ação, o desapego e a pobreza que se expressam concretamente no amor ao
irmão. Estamos unidos ao Amado, somos almas esposas, quando, desapegados de
tudo e de nós mesmos, pudermos dizer: amo o meu irmão como o Pai ama Jesus,
como Jesus me ama, como Jesus nos ama. Minha vida de oração me impele ao amor.
A vivência da caridade fraterna me leva à oração. Meu louvor e adoração vêm da
constatação contínua de que Deus me ama e, por isso, ama em mim; de que Deus
ama o meu irmão e que, por isso, ama-o por mim. Sou alma esposa do Esposo! Amo
com a caridade de Deus!
A única maneira apontada pelos místicos e pela Igreja de se medir
a profundidade de nossa vida de oração é medi-la pelo grau de amor ao irmão que
sou capaz de viver. Mergulhar nas profundezas do Espírito de Deus é mergulhar
no Amor que une a própria Trindade. Se, pela oração, sou chamado pelo próprio
Deus a mergulhar nas profundezas do Seu Amor não há como sair deste mergulho
profundo senão transformado e “contaminado” por este Amor. E - fundamental! -
foi pelo homem que Deus, em Jesus deu a sua vida. “Como não dar a vida por
aqueles por quem o Amado deu?”
Quando, de fato, mergulhamos nas profundezas do Espírito de Deus,
mergulhamos no Amor que nos invade e que transborda de nós em torrentes
poderosas capazes de abalar o mundo, como aconteceu com Francisco, com Teresa,
com Teresinha, com Elizabete da Trindade, com Madre Teresa de Calcutá. Sabemos
que de fato oramos profundamente quando, de fato, amamos verdadeiramente.
Fique na paz.
sua irmã,
Maria Daisy
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