QUERO MERGULHAR NAS PROFUNDEZAS ( IV )


IV. É tão lindo! Tão simples!

Neste ponto, Elizabete da Trindade fale por nós:

Bendito seja Teu amor,
Pai, Filho e Espírito Santo
Na adoração nós nos damos a Ti

Lembra-te que tua alma é um templo de Deus.
Em todo instante do dia e da noite
As três pessoas divinas habitam em ti
Lembra-te
que tu estás com Ele
Como se está com alguém que se ama.
É tão simples!
Não há necessidade de belos pensamentos,
mas de uma inclinação do coração.

A adoração é uma palavra celeste
É o êxtase do amor
É o amor esmagado pela bondade
Daquela que me ama
E que cai em silêncio pleno e profundo

É preciso ser simples com o Bom Deus
Ele está em mim e eu Nele
Nada tenho a fazer senão amá-lo
Senão deixar-me amar
E isso durante todo o tempo
E através de todas as coisas
Levantar-se no amor,
Mover-se no amor,
Dormir no amor.
A alma na Sua Alma,
O coração no Seu Coração,
Os olhos nos Seus Olhos,
A fim de que, pelo contato com Ele
Ele me purifique,
Ele me livre de minha miséria.


É, de fato, tão lindo, tão simples! Não há como falhar o mergulho simples nas profundezas de Deus. É mergulho no amor e para o amor, como nossa vocação é “no amor e para o amor” Como poderia ser Deus incoerente? Tendo uma vocação fundamentada na oração ela não poderia senão ser fundamentada no amor e para o amor. É este o resumo da vida de oração.

V. Brisa leve, tão suave, doce Espírito de Deus!

Naturalmente, fala-se aqui de Elias. O profeta que sabia estar próxima a visita de Deus. Profeta refugiado em lugar solitário para este encontro tão vital, porque “estava devorado de zelo pelo Senhor” ( IRs 19). Passaram “o vento impetuoso e violento, que fendia as montanhas e quebrava o rochedo”, o tremor de terra, o fogo. Porém, neles não estava o Senhor. Aquele Senhor que se manifestara como fogo devorador sobre o sacrifício ofertado pelo mesmo Elias, que fizera tremer os profetas de Baal impressionando-os com seu poder, queria manifestar-se agora a Elias com “o murmúrio de uma brisa ligeira”. Brisa muito suave e quase imperceptível, mas profundamente poderosa no íntimo da alma do profeta amedrontado e ferido. Nas profundezas de sua alma, o profeta reconhece a presença de Deus e sai do seu refúgio, deixando-se consolar para, logo depois, ouvir: “Retoma o caminho”!

“A voz do Amado é reconhecida pela alma que O busca e tem intimidade com Ele na oração” . Esta voz, manifestada no dia-a-dia mais na brisa leve que no trovão, tem a simplicidade e suavidade dos que são pequeninos, dos que não buscam grandes coisas para si, dos que não se elevam. Estes, por se saberem dignos de menos que nada, podem ouvir nítida esta voz suave, identificá-la e responder a ela com a própria vida, obedecendo quando ela diz: “Retorna! Vai agora amar teu irmão. Eu estou nele.”

Os que buscam o retumbar das grandes “consolações, do reconhecimento de si mesmos, do próprio engrandecimento, operam em decibéis mais elevados”. Não ouvirão o murmúrio lindo e simples da brisa leve e suave. Permanecerão enganados em busca de si mesmos, incapazes de renunciar e amar, pois só ama quem deixou Deus fazer-lhe pequeno, quem tem as mãos feridas de cavar e a pele queimada de se expor pelo irmão. Este, ora para amar. Ele, verdadeiramente, mergulha nas profundezas da natureza de Deus!

“Ele colocou em meu coração uma tão grande sede de infinito”,

Uma tão grande necessidade de amar
Que somente Ele poderá saciar-me.
Vou então em busca Dele,
Como uma pequena criança busca sua mãe,
Para que Ele me invada e me cumule de amor
Para que Ele me tome e me leve em seus braços
É preciso ser tão simples com o Bom Deus!”
(E. da Trindade)

É preciso ser tão simples com o Bom Deus!
É preciso amar, orar para amar, orar para amar!



Fique na paz!
sua irmã,
Maria Daisy

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